Sou alma e corpo em reconstrução.

Não escrevo para te ensinar nada.

Escrevo porque precisei lembrar de mim.

E, nessa lembrança, talvez você se encontre também.

Não espere aqui uma biografia comum.

 Eu não sou o que estudei, o que conquistei, ou o que sofri.

Sou o que sobreviveu em mim quando tudo foi arrancado.

 Já fui longe da fonte.

Caí em abismos profundos, em lugares de onde não se volta da mesma forma — se é que se volta.

Mas voltei.

Com pedaços em carne viva, olhos abertos demais, e um silêncio dentro de mim que aprendeu a falar.

Hoje, não me reconheço nos títulos que já tive.

Eles não contam o que importa.

O que importa é que estou viva, e essa vida agora é minha, inteira. Reconstruo-me com o que sobrou depois da queda.

Com o que brilhou no escuro.

Com a alma que resistiu. “Maternando a Alma” nasceu desse lugar: não do que eu sei, mas do que eu vivi.

 E continuo vivendo, todos os dias, com dignidade, dor, beleza e escolha. Se você também cansou de carregar o que não é seu, se você também sente que há mais além do medo e da luta — talvez esse espaço seja seu também.

 Não ofereço respostas.

 Ofereço presença verdadeira.

 A minha.

 A sua.

 A da vida que pulsa entre a dor e o milagre.